Empatia, aprender a viver com pessoas do mundo todo e um aprendizado sem fim
Para alguns, o trabalho dos sonhos; para outros, meio confuso de entender quando é trabalho e quando é farra; mas para muitos, o dia a dia de um hostel é o que chamam por aí de firma.
Para abrir a série de entrevistas Gente de Hostel, bati um papo com a Giovana Costa, que há três anos é uma personagem icônica da equipe do Ô de Casa Hostel, na Vila Madalena, em São Paulo. A conversa rolou durante o Papo HI Hostel, programa que produzimos com apoio da HI Hostel Brasil.
A galera que trabalha nos hostels é responsável por boa parte da experiência que você terá nesse tipo de hospedagem. A Giovana abriu o coração e mostrou nessa conversa que para trabalhar em hostel é preciso muito mais que habilidades técnicas.
Para quem estava acostumada com aquela coisa formal do mercado de trabalho tradicional, chegar em um hostel e ver a diferença da relação pessoal, tanto da chefia como entre os colegas e os clientes foi bem diferente e, como ela mesmo disse, “dá um calorzinho no coração, sabe?”.
Trabalhar em um hostel mudou tudo!
Muita gente tem sua primeira experiência em hostel quando vai fazer os famosos mochilões pela Europa ou Ásia. Depois disso, volta para o Brasil e não quer mais saber de viajar e não ficar em hostel. Mas a Giovana, diferente dessa galera, nem sabia que hostels existiam.
Ela já frequentava o bar do Ô de Casa, que também recebe quem não está hospedado na casa, mas trabalhar não estava nos planos. Ainda mais como a coisa aconteceu. Ela foi ser voluntária, os chamados Turistas Colaborativos, no bar do hostel.
“Eu lembro da sensação da primeira vez que eu entrei lá. Era muita festa, muita gente diferente, falando outras línguas, e culturas. E eu lembro muito dessa sensação gostosa.”
O tempo passou e de voluntária foi efetivada, e do bar foi para a recepção em busca de mais contato e relacionamento com os hóspedes. Assim como os hóspedes são tratados de forma individualizada, ela sente que trabalhando em um hostel você não é só mais um número e que as vontades e individualidades de cada um são respeitadas, afinal hostel é lugar de intensas trocas culturais.
Quando você tem alguma ideia ou quer falar sobre alguma coisa que está te incomodando as pessoas realmente querem te ouvir porque você é realmente muito importante para aquelas pessoas.
Seja a relação interpessoal no ambiente de trabalho, ou a aceitação plena das diferenças de pessoas do mundo todo que chegam no hostel, Giovana afirma que desde a primeira vez que chegou no hostel em que trabalha até hoje a coisa foi diferente.
Trocar ideia faz parte do trabalho
Muita gente olha para a galera que trabalha no hostel e acha que eles não fazem muita coisa e estão sempre batendo um papo com o hóspede. Mas ligeira que é, a Giovana contou que isso também faz parte do trabalho. É a forma que eles têm de entender o motivo da viagem, indicar lugares e atrações que combinem com o perfil do hóspede. “Nenhum hóspede aqui é só um número”, sentencia.
“Então, quando vocês me verem conversando com um hóspede, não é que eu não estou fazendo nada gente. Vocês não têm noção do trampo que é!”