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Mulherada Hosteleira: conheça algumas das empresárias que protagonizam o mercado de hostels no país

Por
Diego Bonel

Que o público feminino viajante já é maior que o masculino, você talvez já tenha percebido, mas sabia que elas também estão no comando de hostels espalhados por vários cantos do Brasil? Sim! 

Cada vez mais as mulheres estão viajando, seja sozinhas ou em grupo de amigas. Esse movimento acompanha a crescente independência econômica e empoderamento feminino,  que só fortaleceram a certeza que lugar de mulher é realmente qualquer um no mundo. E se o Brasil já soma mais de 24 milhões de mulheres empreendendo, segundo o Sebrae, no mercado hosteleiro não seria diferente.  

Algumas dessas viajantes decidiram ter seus próprios negócios, e assim nasceram muitos dos lugares que vocês vão conhecer nesse texto. São Paulo, Manaus, Curitiba, Fernando de Noronha, Maceió, Olinda, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu… pode escolher, tem hostel criado e administrado por mulheres pelo país todo. 

Mas isso não significa que foi fácil. Se o caminho para empreender já é complicado, imagina só em um mercado desconhecido por muita gente. Desde o gerente do banco até o público de cada cidade; ser hosteleira é batalhar por mais espaço e empatia. 

De olho nos movimentos de viajantes pelo mundo, e nas hashtags que pedem segurança para as mulheres, as donas de hostel estão cada vez mais unidas nessa missão de ajudar mochileiras a descobrir o mundo por conta própria e em segurança. 

As ações vão desde do Encontro Brasileiro Mulheres Viajantes, que acontece desde 2019, e foca em gerar conexão entre as mochileiras, compartilhando experiências e dicas de viagem. Até o HUG Project, que está em fase de lançamento e é uma iniciativa da ex-hosteleira Daniela Falcão. O objetivo do HUG é criar uma “confraria”, uma rede de segurança, respeito e acolhimento para que as mulheres possam viajar sozinhas. Mas isso tudo a gente vai explicar melhor em outro post!

Hoje, para vocês entenderem a importância desses movimentos que a comunidade viajante tem abraçado, vou começar mostrando algumas dessas empresárias que comandam hostels espalhados pelo Brasil. 

VIVER EM COMUNIDADE

Um pouco mais comportada que a foto de abertura, esse também é um registro do aniversário de três anos do hostel. Os cliques foram feitos pelo Edison Lucas, que chegou de hóspede e acabou virando “o fotógrafo oficial do hostel”, segundo Maria.

O Social Hostel, comandado por Maria Helena Sessak, fica em Curitiba e tem um espaço super colorido, um cachorro fofo como “funcionário” e aquela vibe casa de amigos.

Lá, a política é clara: todos são bem vindos! Além de comandar o negócio, a empresária é bastante atuante em feiras e eventos que discutem as tendências para profissionalização dos hostels no Brasil e como vocês podem ver na foto de abertura desse texto, é uma ótima festeira. Sim, é ela que está nos ombros de um amigo.

Falando nessa foto, ela explica muito do clima criado no hostel. Esse é um pequeno registro do aniversário de 2 anos do hostel, em 2019. Todos os anos, ela fecha o hostel para comemorar com pessoas que já fizeram parte da equipe e hóspedes cativos.

Eu sempre acreditei em criar esse laço afetivo no Social, a família Social, onde todos que por aqui passam se sintam acolhidos, pertencidos, e principalmente se divirtam.

MARIA SESSAKI

Em 2020, teve que se reinventar quando viu sua casinha colorida ficar sem os turistas. Foi daí que tirou do papel uma ideia que já estava rondando seus planos e criou o Sanduba do Hostel, um delivery cheio de sabor e receitas saudáveis. Persistir que chama, né?

MULHERES NO COMANDO

Marina Moretti (ao centro) começou alugando uns quartos na república que dividia com amigos, montou o primeiro hostel independente de São Paulo e que hoje já é um dos mais premiados do país. FOTO: Divulgação

E se tem um hostel que é sinônimo de diversão é o Ô de Casa Hostel. A frente do negócio há 12 anos, Marina Moretti nem imaginava o que estava criando quando decidiu empreender nesse ramo.

“Abri o hostel em 2007 e hoje entendo que tinha lá três objetivos, mesmo que talvez não soubesse na época: criar uma comunidade onde as regras fossem melhores do que as do ‘mundo lá fora’, colocar São Paulo no mapa de viajantes, e devolver para o mundo a cortesia que eu tinha recebido durante minhas viagens e que me formaram como pessoa.”, revela a empreendedora

Se deu certo? Demais! Ela conseguiu criar não só uma comunidade de viajantes ao redor do seu hostel, mas expandiu isso para todo o mercado.

Para as mulheres que eu conheço, o hostel é muito mais do que um negócio. É uma causa.

MARINA MORETTI

Além de administrar o hostel ao lado do irmão, ela é responsável pela criação e curadoria de conteúdo do Hostel Experience, dentro da Equipotel, o principal evento de hospitalidade do Brasil e América Latina, e foi a responsável por fazer acontecer encontros entre muitas donas de hostel.

ELA É BAMBA

Um dos prazeres da hosteleira é levar os hóspedes para conhecer as rodas de samba mais clássicas do Rio de Janeiro e ao maracanã para ver o Flamengo jogar. Se quiser ouvir incríveis histórias sobre samba, é só puxar uma cadeira, pegar uma cerveja gelada e puxar assunto. Não vai se arrepender. FOTO: Divulgação

Impossível falar em experiência imersiva em hostel sem comentar o que a Natasha Rosa criou no Do Samba Hostel, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

Apaixonada pelo mais popular dos nossos ritmos, ela é a mente e a alma por trás da ambientação que propõe um mergulho no universo do samba aos hóspedes.

Aproveitou todo conhecimento e bagagem do mercado corporativo, onde conheceu o companheiro de vida, negócios, sambas e copo, para fazer a gestão do hostel profissionalizada, mas sem perder o toque do carisma e humanidade.

Cada cantinho tem uma referência a nomes do samba e algumas declarações de amor ao Flamengo, time do coração do casal de hosteleiros.

Quando a pandemia esvaziou o hostel, levaram o hambúrguer caseiro que já era famoso entre hóspedes e amigos da casa, para o delivery. Surgiu assim o Burguer do Samba, que espalha sabor e poesia pela cidade.

MICRORREVOLUÇÕES

Quando abriu a segunda unidade, a hosteleria se mudou para a cidade que é o paraíso das cachoeiras, a 170km de Manaus. Além de gerir o hostel, cria ações de mapeamento das belezas do destino e desenvolvimento do turismo local.

É por várias pequenas causas que a Camilla Gonçalves e seu sócio abriram lá em Manaus a primeira unidade do Local Hostel.

A ideia inicial era oferecer um serviço de qualidade, que até então era uma carência do destino; e hoje, depois de mais de 25 mil hóspedes, o foco está nas microrrevoluções.

Hoje, o Grupo Local Hostel conta também com uma unidade em Presidente Figueiredo, sob o comando da Camilla que se mudou da capital Manaus para gerir o novo negócio e desenvolver o destino de maneira integrada com guias locais e demais players da cidade.

Eles desenvolvem ações de acordo com cada Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), no final desse texto você vai descobrir a mais nova microrrevolução incrível dessa galera. 

 

Através do turismo podemos causar microrrevoluções em nossas cidades. Incentivando o comércio local. E é isso que me faz levantar todos os dias e seguir com esse projeto lindo.

CAMILA GONÇALVES

 

NA MARÉ

Lu e Maga, sócias do Casa Swell Hostel, em Fernando de Noronha.
As sócias Lu e Magá recebem hóspedes do Brasil e do mundo em um dos destinos mais paradisíacos do Brasil. FOTO: Divulgação

E se engana quem pensa que o nordeste está fora dessa revolução. São tantos os destinos com hostels liderados por mulheres na região que fica até difícil indicar todos. 

Em Olinda (PE), tem a Ângela do Canto dos Artistas; em Fernando de Noronha, a Casa Swell é gerida pelas sócias Magá e a Lu; na praia do Francês (AL) tem a Sirlene com seu Ave Rara… isso só para começar. 

Lá em João Pessoa tem uma outra Marina arretada, essa do Slow Hostel. Super engajada, ela não pensa duas vezes ao explicar seu posicionamento. “O Slow é totalmente liderado por mulheres de diferentes idades. Quando acolhemos voluntários priorizamos mulheres, apoiamos cada uma nas buscas delas, divulgamos trabalhos de mulheres, ocupamos o espaço com referências femininas e feministas.”

Em Maceió (AL) eu, Aline Moura, estou a frente do Meu Hostel. E por aqui a coisa também não foi fácil. Mas a gente gosta mesmo é da parte incrível que é ver mais e mais mulheres viajando. Nosso público é majoritariamente feminino – e ousado! De todas as partes do mundo. Mochileiras francesas, amigas paulistas, argentinas explorando o litoral brasileiro. Viajam de carona, de avião e de motorhome. 

O que todas elas procuram em qualquer hostel é: segurança, limpeza, conforto e diversão. 

Nesse quesito, meus amigos, a mulherada no comando desses hostels pelo Brasil inteirinho dá um show!

Juntas, podemos ainda mais!

Se você quer saber onde encontrar mais hostels incríveis feitos por mulheres, o mapeamento feito pela equipe do Local Hostel é o melhor caminho para começar sua pesquisa.

Eles criaram um mapa virtual para celebrar o mês da mulher e valorizar as hosteleiras maravilhosas do país. Já são mais de 70 hostels mapeados, em todas as regiões do Brasil.

CLIQUE NO MAPA PARA ACESSAR

Mapa de hostels que são comandados por mulheres está em constante atualização, uma importante rede para incentivar cada vez mais mulheres a viajar em segurança. Reprodução Internet

Vou contar um pouco mais dessa iniciativa do mapeamento dos hostels comandados por mulheres, segurança para viajantes mulheres e o Projeto Hug, que citei lá no começo do texto, nos próximos posts.

Aposto que depois desse texto e de dar uma olhadinha nesse mapa, você já vai começar a montar sua listinha de hostels para conhecer quando for viajar futuramente!

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